O que é a Black Friday?
Nos Estados Unidos, toda quarta quinta-feira do mês de novembro, comemora-se desde 1952 o Dia de Ação de Graças (Thansgiving Day). O dia seguinte a esse feriado nacional é chamado de Black Friday e abre o período de compras de Natal oferecendo descontos expressivos por um dia.
No Brasil, a primeira Black Friday aconteceu em 2010 e, desde então, vem se popularizando. Hoje em dia, começamos a ouvir sobre o evento com meses de antecedência e os descontos continuam por algum tempo depois.
O que há de errado com isso?
Nada! A Black Friday é simplesmente uma estratégia de marketing que foi adotada pelo mercado brasileiro com base no padrão de consumo do nosso país. E pelo visto, deu certo! As vendas são expressivas nessa época do ano e, apesar das críticas pela ideia ter sido “surrupiada” de outro país, a maioria dos brasileiros espera ansiosamente pelas oportunidades de desconto. Deixando o mi mi mi de lado, se a ideia não tivesse sido genial, a Black Friday não vingaria.
Por que deu tão certo no Brasil?
Porque adoramos comprar, precisando ou não, e existem 2 fatores que determinam isso:
Prazer imediato
O prazer imediato é um valor seguido por muitas pessoas e ele pode ser obtido através da compra por também ser significado de sucesso financeiro. O problema é que o prazer imediato não é um valor muito bom e consistente para ser seguido porque ele vem e vai rápido. Para mantê-lo é necessário estar sempre comprando.
Crença de escassez
A crença de escassez está presente em nossa sociedade e o marketing a utiliza como estratégia para fazer você comprar mais e por impulso.
- Até acabar o estoque
- Só por hoje
- Desconto de X% se você comprar agora
- Com um preço nunca visto antes
- Está prestes a acabar
Essas frases são chamadas à ação e despertam em você a necessidade de eliminar a escassez em prol da sobrevivência.
Não existe nada de errado com essa estratégia, mas a verdade é uma só: ela existe porque funciona. E funciona porque você consome no modo automático. O seu cérebro é programado para evitar a escassez como forma de sobrevivência. E se você, por algum motivo, entende o que está sendo divulgado como escassez, você compra no impulso.
Esse tipo de estratégia inclusive age confirmando e reforçando a sua crença porque durante todo o ano que você pesquisou, a disponibilidade ou o valor do item desejado era diferente e agora você tem uma oportunidade única de compra. É um autonomia ilusória. Parece que você está no poder, mas não está.
Um desafio à sustentabilidade
Todos somos assim? Bem, eu diria que 99% da pessoas são. Alguns controlam a necessidade de prazer imediato muito bem e resignificaram suas crenças de escassez. Outros, nem tanto. O que nos leva a um dos maiores desafios à sustentabilidade: o consumo desenfreado e automático.
Entender prazeres imediatos e crenças internas de escassez é o primeiro passo para sair do modo automático.
O que ganhamos com isso?
- Liberdade e autonomia sobre nosso poder de compra;
- Maturidade e estabilidade financeira mesmo não ganhando rios de dinheiro;
- Confiança baseada em quem somos e não no que temos;
- Um lugar com menos desperdício e menos lixo.
Afinal, se o que você compra te faz ser quem você é, você está longe de desenvolver felicidade e bem estar estáveis. Portanto, entenda que o autoconhecimento é o caminho mais rápido para a sustentabilidade.